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Cultura popular pernambucana ocupa MIMO Festival em sua volta a Olinda

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Nascido em uma família de músicos em Arcoverde, no sertão pernambucano, José Paes de Lira Filho, o Lirinha, também dedicou sua passagem pelo MIMO Festival para exaltar a cultura de seu estado e de todo o Nordeste, por meio da declamação de poesias e a teatralidade que marcam o trabalho do grupo Cordel do Fogo Encantado desde a sua fundação. 

O encerramento da primeira noite do festival marcou o retorno da formação original do grupo, com voz e poesia de Lirinha acompanhadas por Clayton Barros (violão), Emerson Calado (bateria), Rafa Almeida e Nego Henrique (tambores), no espetáculo Palavras para Colorir o Céu.

No dia seguinte ao show, Lirinha participou de um bate-papo com o público, mediado pela jornalista e pesquisadora Chris Fuscaldo, em que ressaltou a originalidade e a influência indígena na poesia, no cordel, no repente e na forma de declamar poemas que é tradicional na região. 

“Por que dizem que é algo que vem do trovadorismo medieval? Por que vem da Península Ibérica? Isso também chegou a outros lugares, mas por que aqui se desenvolveu dessa maneira específica? Hoje, desconfiamos que o grande atravessamento, a grande questão, é uma filosofia muito próxima do perspectivismo [de povos indígenas]”, questionou ele.

Para o compositor, escritor e poeta, o cordel nunca viveu um momento de tanta visibilidade quanto o atual. “E para onde ele foi? Foi para a internet”, complementou Lirinha.

Segundo ele, o conhecimento acadêmico e o entendimento do cordel enquanto literatura estão avançando por parte de uma nova geração de pesquisadores. 

“Com a força que a literatura de cordel ganhou, os poetas do repente passaram a dizer que fazem cordel. Tem muita coisa frágil, e é tudo muito recente. São as novas gerações que estão, de fato, estudando isso. Isso está acontecendo agora.”

“Essa literatura é testemunho, é prazer e é denúncia”, concluiu o poeta.


 
 
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